A função primordial de um antioxidante é proteger os tecidos e líquidos corporais de oxidantes produzidos pelo metabolismo normal ou como resposta a uma inflamação de forma a atenuar a produção descontrolada de radicais livres. Porém, estão também envolvidos em outras funções no organismo bem como o controle de expressão gênica e processo de trandução de sinal.
Constituído basicamente de vitaminas e minerais (entre eles estão as vitaminas C e E, carotenóides e isoflavona), o antioxidante é principalmente obtido pela alimentação do indivíduo, sendo, portanto, essencial na dieta. Vale ressaltar que a defesa antioxidante em equilíbrio não inativa os radicais livres produzidos, apenas atenua o seu efeito, uma vez que sua ação também é primordial para cumprir funções biológicas como, por exemplo, combate a inflamações, coagulação e cicatrização. E o seu excesso ou carência pode ter feito próoxidante lesando a célula ou tecido em questão gerando também o aumento da incidência de doenças crônico-degenerativas, como certos tipos de câncer (pulmão, mama, próstata), doenças cardiovasculares e até envelhecimento.
Portanto, como medida adequada, deve-se procurar não exceder as quantidades e combinações preconizadas de micronutrientes para garantir o funcionamento harmônico do metabolismo e assim a sua homeostase.
Classificação
Enzimática e não enzimática (essencial):
Enzimática: enzimas produzidas pelo próprio organismo e que constituem defesa endógena.
- SUPERÓXIDO DISMUTASE (SOD): Catalisa o radical O2-(superóxido) a H2O2 (peróxido) e O2.
São encontradas nos lisossomos, peroxissomos, núcleo e espaço intermembranar da mitocôndria dos eritrócitos, músculos esqueléticos, coração, cérebro, e nas superfícies das células dos pulmões e dos vasos sanguíneos. Necessitam de metais como Cu, Zn, Fe e Mn como cofatores enzimáticos.
- GLUTATIONA PEROXIDASE (GPx): Quatro diferentes selenioenzimas que catalisam a decomposição de H202 e alguns hidroperóxidos orgânicos convertendo a glutationa oxidada (GSH) a glutationa reduzida (GSSG).
- GLUTATIONA S-TRANFERASE (GST): Enzimas multifuncionais que catalisam a conjugação do GSH a componentes celulares danificados por meio da oxidação. É importante na detoxificação de hidroperóxidos orgânicos. Encontrada em abundância no fígado.
- CATALASE: É uma hematoproteína com NADH em sua estrutura. Ela catalisa a degradação de H202 e é efetiva em situações de estresse oxidativo com altas concentrações de peróxido (H202). Localiza-se principalmente nos perixossomos e possui alta atividade no fígado, hemáciaa, rins e tecido adiposo.
Não enzimática: antioxidantes obtidos a partir da dieta, costituindo uma defesa endógena.
- VITAMINA E: apresenta 4 formas distintas α, β, γ e δ-tocoferol, sendo a α a principal. Impede propagação das reações em cadeia e protege a memnrana celular contra a peroxidação lipídica, suas fontes alimentares são óleos, vegetais, grãos, vegetais e folhas verdes escuros.
- VITAMINA C: reduzem os radicais superóxido e hidrozil, e inibe a formação de metabólicos nitrosos carcinogênicos.
Frutas (cítricas principalmente) e vegetais são suas principais fontes.
(E associada a vitamina E, protege DNA e inibe a peroxidação dos lipídios na membrana).
- CAROTENÓIDES: Diminuem a peroxidação lipídica e alguns são precursores da Vitamina A. Suas fontes são vegetais verdes e amarelos, tomate (rico em licopeno), peixes e ovos.
Há mecanismo integrado de interações entre vitaminas C, D e β-caroteno, nesse mecanismo o carotenóide recicla a vitamina E, resultando num radical carotenóide e esse, por sua vez, é regenerado pela vitamina C.
- ÁCIDO ÚRICO: circulante em nosso organismo. Impede lise de hemácias e a a peroxidação de suas mebranas.
- ZINCO e SELÊNIO: fundamentais para enzimas antioxidantes por serem cofatores enzimáticos.
- FLAVONÓIDES: composto fenílico, doa H2, inibinso reações em cadeia, atuam em compartimentos hidrofílicos e hidrofóbicos. (quercetina – vinho tinto; epicatequina – chá verde).
Tais substâncias atuam em sinergismo na proteção de células e tecidos para otimizar seus efeitos. Preconiza-se, então, ingestão de alimentos comum (que possui vasta quantidade de nutrientes) em vez de suplemtentos de vitaminas e minerais isoladamente.
Fatores como: medicamentos, tabagismo, consumo de álcool e poluição do ar são fatores que diminuem os níveis e ação dos antioxidantes como pode ser visto nas demais páginas desse blog.
Mecanismos de proteção:
A. Prevenção: Impedir a formação dos radicais livres (ex: inibir reações em cadeia
com ferro e cobre);
B. Irterceptação: Interceptam radicais impedindo seu ataque e a perda da integridade celular (fontes exógenas são de extrema importância);
C. Reparo: Remoção e reconstituição das lesões das membranas celulares danificadas.
Em menor freqüência, também pode ocorrer aumento da síntese de enzimas antioxidantes como adaptação do organismo.
O desempenho do antioxidante depende dos fatores:
- tipos de radicais livres,
- onde e como são gerados,
- identificação de danos,
- doses ideáis para obter proteção.
Caso contrário, pode ocorrer falhas na proteção.
Ação Próoxidante:
Embora se ouça falar tão bem da ação dos antioxidantes, elas não são substâncias milagrosas e essencialmente boas para o corpo, antioxidantes podem se transformar em radicais livres ao doarem seus elétrons para outros radicais, podendo ser bastante tóxicos ao organismo.
Como pode-se se observar mo exemplo a seguir:
AH (antioxidante) + Rr (radical livre) -> Ar (antioxidante radicalar) + RH(radical neutralizado)
Ar + BM (biomolécula) -> AH (regeneração do antioxidante) + BM danificada
Lembrando que o AH pode ser qualquer antioxidante dos listados acima.
O to-H, um dos componentes da vitamina E (por exemplo), ao reagir com um radical livre, forma um composto altamente tóxico, o tocoferil, vide reação:
To-H (alfa-tocoferol) + Rr (radical livre) -> Ar (antioxidante radicalar) + RH (radical neutralizado)
Ar + BM (biomolécula) -> AH (regeneração do antioxidante) + BM danificada
Em baixas concentrações de tocoferil a célula consegue neutralizá-lo através de antioxidantes secundários como o ácido úrico e o ascorbato, mas em altas concentrações isso não é possível.
Outro exemplo:
Vitamina C: antioxidante em fase aquosa, não age em compartimentos hidrofóbicos e na presença de metais de transição (ferro) atua como próoxidante gerando H2O2 e OH- .
(Predominam, contudo, propriedades antioxidantes devido quantidade limitada dos metais no organismo).
Já que a ingestão excessiva ou inadequada de antioxidantes pode ser perigosa devido aos compostos radicalares formados, é extremamente necessária a definição de doses e estudos sobre o mecanismo de ação desses agentes antes da sua prescrição em larga escala.
Capacidade antioxidante compara no chá preto, vinho tinto, suco de laranja e maçã respectivamente:
Ordem decrescente de quantidade de alimentos que apresentam Flavonóides em sua composição:
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